Tecendo sua trama, mana!

Primeiro ponto

      Essa oportunidade de escrever um texto para ser publicado em um site, fez com que eu evidenciasse diversas reflexões e inseguranças! É estranho né? Não sei se acontece com vocês, mas antes de fazer qualquer coisa, primeiro eu me convenço de que eu não vou conseguir, EU NÃO SOU BOUA O SUFICIENTE! 

     Mesmo dispondo de todas as qualificações e conhecimentos para estar onde estou, mesmo tendo uma jornada (para lembrar a nossa amiga Lumena…rs) com nenhum privilégio, mas mesmo assim superando cada obstáculo, eu duvido de minhas realizações, acho que tudo vai dar errado e tenho um medo persistente de ser exposta e apontada como uma incompetente!

É a chamada síndrome da impostora! Já aconteceu com você?

Corrente 

     Foi muito doloroso descobrir que existe um motivo para eu me sentir assim. E esse motivo, foi historicamente criado estruturado para privilegiar, pessoas que se encaixam em um padrão de beleza, de raça, de classe, de sexo e de gênero. 

    Como nós mulheres podemos enfrentar essa violência que é tão grande, mas que parece invisível, que nos causa ferimentos físicos e psicológicos cotidianamente? Não há certezas absolutas, mas, há caminhos!

     Eu, tenho feito o processo de me autoconhecer, me aprofundar sobre minha história, quais foram os caminhos trilhados para que eu esteja em 2021,sentada em um sofá, escrevendo um texto que tem o objetivo de motivar mulheres a superar as diversas barreiras criadas pelo machismo e pelo racismo na produção cultural. 

Ponto Alto

     Eu sou fruto do desejo de várias mulheres: Do desejo de minha vó em ter uma filha que morreu.

    Do desejo de minha mãe que não pode estudar e se formar.

    Do desejo de minha amiga em encontrar parceiras para construir mundos possíveis.

     Quanto mais me aprofundo nessa caminhada ancestral, percebo que as mulheres que me antecederam, sempre tiveram o grande desejo de viver de forma digna. E então eu nasci, sempre inconformada com a potência que via ao meu redor e com a possibilidade de transformação social da sociedade onde estou inserida. 

Vai e vem. segura, solta e se alinha.

    Não sei se você leitora observou, mas estou utilizando como subtítulos desse texto, os pontos básicos do crochê. Porque pra mim a metáfora do crochê é muito potente para pensar a força da construção coletiva, mas também da força feminina. Sei que os tempos estão bastante difíceis e não há nenhuma perspectiva de melhora mas estamos aqui, agora, vivendo nesse mundo e desse jeito. Então, porque não pensar em uma maneira de buscar suas correntes que se juntam e se apoiam, para construir belezas maiores?

Arremates

      Nas construção da trama de sua carreira e da sua vida, procure sempre exercitar a sua humanidade. Lembre-se que isso em nada tem a ver com caridade, ainda que este termo esteja muito em voga em razão do contexto global.

     Nunca deve ser somente pelo dinheiro! A construção de uma cultura mais inclusiva e afetiva, passa pelo propósito e não pelo lucro. Por isso, é sempre importante buscar e valorizar as pessoas e os caminhos que trouxeram até onde você está. 

      Não se perca sua humanidade e lute constantemente contra essa força invisível que busca te convencer de que você é pior. Como te disse anteriormente, existe uma vontade política de que você se sinta assim e é preciso combatê-la todos os dias!

Ufa!

Eu consegui escrever o texto! E espero que ele te ajude em algo!

Fique bem!

Dedico a mana Carolina Barros, a mana Alice Pereira e a minha mãe, Eula Maria. 

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